quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Texto de adeus ("Eu nunca fui de lembrar" Parte II)

Eu queria ter tido tempo pra me despedir. Queria poder ter tido apenas uma oportunidade para falar de amor. Queria vê-la e expressar tudo o que sinto á ela. Digamos que, de todas as dúvidas severas que tenho, esse encontro seja a utopia que mais me incomoda. Aah, se o tempo me desse a oportunidade de ler mais uma vez seus lábios e poder sentir o quão é bom estar em paz com o amor! Eu queria, mas não posso.
"Foi tudo tão passageiro e nem deu tempo pra eu dizer adeus."
   E talvez isso seja o chato da vida real: pois não se pode concertar as coisas antes que a história acabe. Não há roteiro certo com um final feliz ou uma continuação, como nos filmes. Mas se ainda eu tivesse a oportunidade de dizer a ela que eu não quis dizer nada do que disse, diria exatamente que a amava. E que era só isso o que eu tinha pra dizer. Não há festa maior que a emoção de poder senti-la perto de mim. Minhas madrugadas eram mais intensas e românticas com ela para dividir meus risos e lamentos. Minhas manhãs tinham mais vigor. Minhas tardes eram mais vivas! Se eu pudesse não seria mais dono de mim. Se eu não quisesse me arrependeria depois. Portanto não há mais nada a ser feito. Apenas se segue com o clichê e chato "a vida continua!". Não me lamento por ter feito tudo o que fiz, me lamento por não ter feito o que queria. O que mais me dói é que nunca a vi e nem verei pessoalmente. Foi tudo tão passageiro e nem deu tempo pra eu dizer adeus. Não deu tempo pra dizer "não". Só agora falo e escrevo o que quero, mas por que? Qual o sentido? Nada agora adianta e nem resolve. Nada agora faz mais sentido. Então eu volto a ser o que era antes: só mais um que deixou o amor passar e agora vive só. E se alguém com alguma coisa boa na cabeça ler esse texto, vai me dizer que preciso de um psicólogo urgentemente, outros, mais sem graça, vão me mandar "crescer". Para esses mortais, digo que não perguntei nada a ninguém - sim, estúpido, ignorante e arrogante assim mesmo, como você interpretou. Acho bem que escrevo meio exaltado, e completamente sem razão, porque nada que eu escreva aqui, ou faça nesse pequeno espaço, vai fazer com que ela volte. E se voltar não será a mesma, e se não for a mesma, eu não quero, e se eu não quero, nenhuma dessas palavras fazem sentido.
   É a internet que cai, o telefone que vibra e o livro que me convida a lê-lo. Eu nem sei a que horas fui dormir ontem. Certo que eu realmente nunca sei que horas adormeço, mas antes eu tinha noção de tempo. Claro, aquele jargão 5miopiniano do noção de tempo em marte. Meu raciocínio está a venda por um baixo preço. Se reclamarem muito, ponho até em liquidação, o importante é que levem e me deixem sem razão, somente com essa mísera vida a espera da próxima moça que encantará e envenenará meu coração, e que depois de algum tempo, vai embora sem deixar vestígios. E é só isso que tenho pra falar? Bom, eu falei alguma coisa? Se você leu até aqui, muito obrigado por sua atenção! Um brinde a nós... e a ela!

                              
                                                 Bruno Mars - When I Was Your Man

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