sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Análise CD "Saca la muerte de tu vida" - Esteban

Trabalhando nas análises de álbuns recém lançados, hoje a proposta é tentar falar um pouco do "Saca la muerte de tu vida" do Esteban. O ex-baixista da banda Fresno conseguiu após a boa repercussão do seu primeiro álbum solo, o "!Adiós Esteban!" e mais dois EP's em inglês muito bons, deixar de ser visto como ex de alguma banda de sucesso. Eu consigo vê-lo como um talento ímpar. Neste novo disco percebi sua evolução vocal e sua identidade empregada em cada faixa. O dinamismo de suas músicas e a forma que elas conversam entre si, passam para os ouvintes de primeira viajem do seu trabalho, todo o realismo de ouvir música boa sem pretensões de coisas incríveis como solos estridentes, letras muito complexas e choro de alguém apaixonado. Essa última parte pode ser trocada facilmente por "lamento de alguém emotivo". Eu diria que é impossível ouvir "Saca la muerte de tu vida" sem se emocionar. E quando digo "emocionar" falo no sentido de ouvir o disco sentindo as verdades que estão sendo passadas. Desde "Janeiro", a primeira faixa do disco, até "Maria", que fecha o álbum, é perceptível o Rodrigo Tavares mostrando seu lado Esteban sem precisar fazer muito esforço pois ele está sendo quem ele realmente é por dentro.

O álbum versa assunto bem intimistas, do jeito que já podemos conhecer no disco anterior. Algumas músicas como "Pra Ser", a primeira lançada antes mesmo do álbum, revelam um lado romântico do trabalho, mas sem perder aquela essência do Esteban que já podemos conhecer com músicas como "Sophia" e "Pianinho". "Saca la muerte de tu vida" contou também com a participação da Tay Galega em "Tango Novo". Eu diria que foi uma participação muito pequena, mas tudo indica que só cantar com o Rodrigo já vale muito a pena. Em "Me Sinto Humano" o artista revela seu lado cético dizendo "não acredito em Deus e tenho muita fé em nada". Destaco a gauchidade de "Chacarera da Saudade" que muito me agrada não só como ouvinte mas também como compositor. Esteban ainda arriscou cantar em espanhol na faixa "Martes". Mostrou um lado meio eletrônico que eu desconhecia em "O que não vem". E eu começo a achar que tudo que ele for fazer, vai nos agradar. Não é nada transcendental, mas há algo neste disco que precisa ser bem mastigado. A letra, melodia, conceito, não sei. Mas o conjunto da obra é muito maior que qualquer resenha que eu tente fazer. 

Então é isso: "Saca la muerte de tu vida" é um bom álbum mas nada pretensioso. Falo isso não por mim mas porque o próprio trabalho expressa isso. Diferente de qualquer outro álbum que te dá indícios de hits e singles que irá suceder, este álbum é único apesar de suas enormes referências da música latina e música gaúcha. Tire a morte de sua vida, parceiro!

NOTA: 9

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