quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Clichê de fim de ano

   Fim de ano. Tempo bom, né? Dizem que é tempo de repensar a vida, de ver familiares, de ser mais amigo e menos carrancudo, de ser mais fraternal, "espírito natalino", de rever o checklist pessoal de itens que planejamos pro ano e de refazer o checklist para o próximo ano. Tempo de esperança, de renovo, de respirar novos ares, de celebrar as conquistas do ano e esquecer as decepções.
Bem, eu tenho uma opinião diferente da descrição acima. Mas vamos assumir que essa descrição seja exata. Quero levar o amigo leitor a fazer uma reflexão (como se eu nunca fizesse isso), e queria pedir que leia devagar, com calma, e reflita bastante, ainda imaginando essa circunstância de fim de ano. Se quiser anotar algo, é uma boa prática.

Agora, imagine que você descobriu que não haverá um novo ano. Pelo menos não para você.
No que você pensaria?
Em quem você pensaria?
Qual seriam suas últimas palavras?
Consegue imaginar seus últimos sentimentos?
Tristeza? Depressão? Angústia? Tranquilidade? Serenidade?
O que você faria? Bem, não quero pré-julgar ninguém, pois há muitas possibilidades! Tem gente que viajaria o mundo todo enquanto tivesse fôlego de vida. Tem gente que esperaria a morte numa cama, em meio a lamentos e pranto. Tem gente que ajudaria os outros até onde desse. Tem gente que ia sorrir e amar como nunca nessa vida. Tem gente que não mudaria em nada, apenas seguiria o curso normal de sua vida (enfadonha ou não) até a vida se esvair de si.

E o seu epitáfio? O texto de sua lápide? Ou mesmo sua biografia, que tal? Quiçá, seu testamento? Seria como pregaram os Titãs, "queria ter feito isso, visto aquilo, dito tal coisa"? Entenda! Não estou dizendo que isso ou aquilo é certo ou errado! Apenas peço que reflitam, e julguem a si próprios, apenas a si próprios.

O que pensar do pôr-do-sol de sua vida? Não haveria mais um amanhecer...

Arrependimento de como sua vida está hoje? Sensação de dever cumprido? É indiferente ao que viveu até hoje, ou acha que a vida tem mais pra oferecer, enquanto há um resto de vida?

Pensou bastante?

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"Que tal se vivêssemos como se fosse nosso último fim de ano?"

Agora, tenho uma notícia. Você está morrendo. Mas, calma! Está morrendo tanto quanto eu (e no momento que escrevo isso não tenho nenhuma doença mortal, graças a Deus. só um resfriadinho, e um pouco de sobrepeso, mas o amigo leitor deve ser bem saudável ^^ ).

Nesse tempo de reflexão sobre o fim de uma vida - a sua vida - quero convidá-lo a repensar o caminho que você tem traçado, e viver como se não houvesse um novo ano em vista. Claro, é fácil falar. Tem circunstâncias que não dá pra evitar ou mesmo aliviar, é verdade. Mas muitas outras podemos, e nessas, apenas nossas mãos escrevem nossa história. Quando não há barreiras pra algo, apenas nós mesmos é que somos nossa própria barreira. Alguém aí se lembra das promessas que fez a si próprio no início do ano atual? E, aos que lembram, conseguiram realizá-las? Se realizaram, foi tão bom quanto planejou? Se não realizaram, há um "culpado" exato? E se há culpado, foi você ou as circunstâncias que travaram o prosseguimento do planejamento?

Às vezes fica sendo quase como a canção do Ira!... "Dos meus sonhos eu procuro acordar e perseguir meus sonhos, mas a realidade que vem depois não é bem aquela que planejei. [...] Por isso hoje estou tão triste... porque querer está tão longe de poder, e quem eu quero está tão longe, longe de mim..." Hey! Acorda! Mostra tua cara e mete a mão na massa. Persiga seus sonhos. Faça valer os votos que você mesmo fez, os pulinhos nas ondas, o champanhe estourado, a cor da roupa, a festança. E pra tratar de resolver isso logo, tenha uma conversa franca consigo mesmo. Não perca tempo!

Que tal se vivêssemos como se fosse nosso último fim de ano?
Que tal se agíssemos como se não houvesse uma próxima semana?
Que tal se... carpe diem?
(achou isso tudo muito clichê? Bem, tente responder o clichê! :) )

Aproveite o dia! O dia de hoje!
Viva hoje!
Não deixe nada pra semana que vem, mês que vem, ano que vem... porque ano que vem pode nem chegar.

Pitty - Semana que vem

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