segunda-feira, 24 de novembro de 2014

"Eu nunca fui de lembrar..."

Nunca fui do tipo que se lamenta atoa, que olha para o passado e fica chorando ao lembrar dos bons momentos. "Ok, mas aí, quando você ouvir aquela música de novo? Vai dizer que não lembra?" É, lembro. Mas cara, sou humano, e um humano errante (existem humanos inerrantes?). Aprendi a ignorar as lembranças. Hoje vejo o presente imitando o passado e, faço de conta que não estou vendo nada. Devo ter 5 graus de miopia sentimental. O engraçado é que tudo isso não tem graça: eu vivo incomodado com as visões que me passa as noites escuras.
   Será que em algum planeta, em outra dimensão existe o "nós"? Será que alguma plataforma vai me indicar a válvula de escape pra todo esse êxtase? Perguntas e mais perguntas! Certo que eu nunca fui de lembrar que houve risos nas quartas, beijos e abraços nos sábados, noção de tempo em Marte. Natural que eu lembre, mas não ligo mais. Minha miopia sentimental deve estar agravando, preciso de um oftalmologista urgentemente. As crises sistemáticas como: "olha ela ali!", "que droga! ela faz isso só pra me provocar!" Tem me mostrado o quão ainda posso amadurecer. O que ganho perdendo tempo me preocupando com isso? Nada! Nem um coma me faz dormir, por isso é incontrolável não perceber cada passo que ela me mostra.

"Quem sabe não esteja lá, mas estou aqui! Aqui, no mesmo lugar..."
Será que existe um tempo-espaço-lugar onde eu não lembre disso? Será que existe um planeta cósmico onde eu possa me internar e esquecer que um dia amei alguém? "Eu já nem sei se vale apena". Neste lugar eu posso encontrar um ET bem bacana que me dirá como foi fantástico me ver sorrir com ela. Também vai puxar minha orelha e apontar minha estupidez. Vai gritar bem alto dizendo: "POR QUE NÃO FOSTE MAIS TOLERANTE?" Só queria apagar a marca dela de mim. Estou pedindo demais? (D+). "Tudo pode estar lá!"


   E o engraçado é que isso não tem graça. Pois nunca fui de lembrar que um dia fui gentil. Tudo isso me deu um curto-circuito em minha pequena cabeça - que mais parece um oco - que até hoje não sei se quem morreu foi a Amy Winehouse ou Kurt Coubain. Só lembro que eu nunca fui de lembrar, e escrevo versos nipônicos: letras estranhas, olhos pequenos e fala esquisita com sílabas redundantes. Quem sabe não esteja lá, mas estou aqui! Aqui, no mesmo lugar... 

2 comentários:

  1. Que lindo...
    -No meu ponto de vista todos sentimentos não lembrados são aqueles jamais esquecidos (afinal só lembramos de algo que esquecemos,se não esquecemos não precisamos lembrar)...Suas palavras são tão sinceras que me machucam como faca ao entrar no coração...a precisão da melancolia,do sentimento... que exite nela me deixa anestesiada.

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  2. Espero que isso seja bom! Ficamos muito felizes!

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