quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Larissa

É muito fácil deitar, ligar o notebook, abrir o editor e começar a digitar bobagens. Em outro momento seria só abrir o caderno, pegar a caneta e escrever. Mas quem disse que é fácil lembrar de cada dose de ansiedade? Saiba que em cada rascunho desse texto há um pouco de você, Há um pouco da tua beleza rara disfarçada de beleza externa. Eu sei, não é assim que se trata uma dama, mas eu nem quero aprender a disfarçar. O teu disfarce é só poeira e isto o vento leva. Entre as acústicas e as elétricas eu só procuro onde eu me perdi. Tem aquelas pessoas que me acham inteligente e outras dizem que tenho um futuro promissor, mas tu Larissa, o que dizes? Aah! Não é fácil me responder assim tão rápido né? Eu sei onde tu andas: vagando em minha memória numa rua perigosa chamada "nostalgia". Nem queria dormir cedo hoje, mas 3hs é um bom horário para descansar a mente e no outro dia, ou melhor, no mesmo dia, encarar que não te tenho aqui. Encarar essa realidade que é viver sem ser um par e, conformar-me com essas turvas letras. Engraçado né? Falando em nostalgia lembrei daquele dia em que eu fui obrigado a correr atrás do ônibus - coisa que nunca faço - só para não perder a hora de te ver. Pra você isso nem tem nexo e nem razão. E se eu te disser que foi tu Larissa que me fez desistir dos cursinhos e noções básicas de geometria? Iria acreditar? Foi tu que eu vi quando fechei os olhos na tentativa de não te lembrar em longas viagens de busão. Eu sou apenas um idiota, eu sei. Lembras quando te liguei de madrugada? Eu inventei uma história qualquer somente pra chamar tua atenção e te provar que eu realmente não conseguia dormir sem antes falar contigo. Escrevendo assim faz parecer que sou vítima e tu és a vilã não é? Mas olha bem: eu tô falando a tua língua. Ou você acha mesmo que eu vivo usando o "tu" na segunda pessoa? 
São fragmentos de uma atuação fajuta cuja a plateia é você própria

Naquele dia no café da manhã, eu esperei você acordar pra dizer o que tinha sonhado na noite anterior, mas foi em vão. Você alegou que estava com dor de cabeça e não queria conversar. Pow, tu pensa que isso não machuca? E eu já nem sei se devo usar o "tu" ou o "você". No sonho tu eras tão bela e ingênua. Na vida real também só que menos sincera. Eu sei, é tudo clichê. Tudo esporádico e tudo é nada. Eu sei, eu sei, não precisa me interromper. Só peço que não me marque mais em suas fotos pois elas são reflexos de uma mentira duradoura. São fragmentos de uma atuação fajuta cuja a plateia é você própria. Eu peguei o caminho mais curto pra vir te encontrar e dizer que eu não vou mais tentar. Não vou mais te pedir pra ficar e nem te prometer um futuro excelente. Tu não mereces! Tuas guerras contra esse sentimento que é só meu não precisam mais acontecer. Eu me dou por vencido e meu castigo será limpar da memória teu nome, teu rosto e teus contatos. Esquecer tuas manias mais toscas e desejos mais pessoais. Amanhecer sem tuas mensagens de "bom dia amor" não vai ser tão fácil, mas meus amigos vão me ajudar enviando "acorda trouxa!". Alguém já te disse que o teu sorriso é só disfarce Larissa? Já te esbarraram no shopping e te ofereceram uma bebida? Qual mesmo a tua bebida favorita? Lembrei, gostas de suco de laranja né? Tua insensatez é só ironia. Mas eu te deixo ir e dessa vez não vou te chamar quando eu estiver sozinho. Só dessa vez eu vou lembrar que tu está longe e com outro alguém. Não espere pois não vou desejar que seja feliz e que tenha filhos lindos. Nem espere que eu vá para o seu casamento e, sobre a minha "despedida de namoro", ele acabou de acontecer com essas verdades sendo ditas. Se eu precisar te ver outra vez, te aviso antecipadamente para que tu tenhas tempo de planejar um imprevisto - ironia já que imprevistos ninguém planeja. Adeus, Larissa!

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