segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A ponta do lápis

(Revirando coisas guardadas antigas, encontrei um caderno do Ensino Médio, cheio de anotações, principalmente incompletas. E a poesia abaixo, que escrevi lá pelos meus 14 anos. Faz tempo, viu! Ê nostalgia.)

Aula de Química sobre dureza de objetos:
"O mais duro risca o menos duro. Então quem é mais duro:
O lápis ou o papel?"
"O lápis, porque risca o papel."
"Errou; na verdade, é o papel que risca o lápis."

"Ah, ele risca tudo, não perdoa nada..."
Seja feito de madeira ou de plástico
(ou de plástico meio emborrachado, feito aqueles lápis de estudante
que a turma na escola adorava pegar pra dobrar até dar um nó)
Ah, ele risca tudo
não perdoa nada
papel, parede, mesa, chão
olho, boca, sobrancelha
lápis também é maquiagem,
certo, mulheres?





Mas o bom lápis mesmo
é aquele cuja ponta transcreve
todo o pensamento sem fundamento do escritor
ou todo o cálculo do gênio da Física
ou o belo desenho da querida criança
ou a rápida anotação do professor que tanto nos ajuda.

É aquele que escreve
a carta que mantém o amor aceso
o bilhete que refresca a memória
a tarefa que reforça a inteligência
o conselho que traz mais sabedoria.

Ponta de lápis que sempre acompanha todo poeta cheio de nada na cabeça.

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Renata! Quanto tempo!
      Puxa, muito obrigado. De verdade :D
      Abç!

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  2. Não posso explicar, mas tudo o que você escreve me traz paz.

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    1. Own... de coração, muito obrigado, pessoa :3 rsrs
      Abç forte :D

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