segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Análise: CD "Brand New Eyes" - Paramore

No dia 29 de setembro de 2009, o Paramore lançava o Brand New Eyes, que foi gravado no Lightning Sound Studios  em Hidden Hills, na Califórnia.
Ignorance foi o primeiro single do disco, e o disco foi lançado no mesmo dia que o guitarrista Josh Farro fazia aniversario.

Vamos as faixas e minha (imperfeita) análise:

Careful (Cuidadoso) abre o disco trazendo o peso juvenil que a banda já vinha mostrando nos dois primeiros álbuns. "A banda revelou que o principal tema do processo de composição e gravação foram os problemas internos da banda que eles vinham lidando nos últimos anos. Hayley ressaltou que crescer juntos numa banda é bem difícil, porque as pessoas invariavelmente mudam com o tempo. O primeiro single "Ignorance" foi o que 'quebrou o gelo' e fez com que a banda se reunisse para discutir e resolver seus problemas internos. Williams comparou isso a uma terapia e disse que foi difícil apresentar a letra dessa música para o resto da banda. O guitarrista Josh Farro admitiu que seria difícil tocar e cantar uma música que claramente era sobre ele, e também seria difícil para os outros membros, entendendo que como Williams é a líder e ela que é autora principal das letras, os fãs só poderiam ver a versão dela dos fatos" (Fonte: wikipédia). A música é meio que um combate ao imediatismo e anula todo o esforço frustrado de querer lutar sozinho para ser melhor, pois sempre precisamos de Alguém cuidadoso para sarar nossas feridas.

Ignorance (Ignorância) é uma faixa que dispensa comentários. Instrumentalmente bem elaborada, e com uma letra pra lá de madura (por mais que a aparência deste tema seja um clichê de jovens revoltados com quem os julga pela aparência)

 



Isso é um círculo, um ciclo vicioso
Eu não consigo mais te animar
Onde está seu martelo? Seu júri?
Qual é o meu crime dessa vez?
Você não é um juiz, mas se você vai me julgar
Bem, sentencie-me para outra vida

 
Este é um dos trechos que "acalenta" toda a canção. Bônus louvável para as guitarras, contrabaixo e back-vocals, que neste álbum evoluíram bastante.
Capa do 3º álbum de estúdio do Paramore: Brand New Eyes


Playing God (Brincando de Deus) é a primeira balada introspectiva do álbum. Continuando na mesma temática de Ignorance, é uma faixa bem enquadrada e direta naquilo que se quer passar.

E digo convicto, que esta análise seria muito ruim, se eu não parabenizasse a qualidade das letras e, como é perceptível a evolução do conjunto. Fica meio que claro, que há verdades nas músicas. Não falo como um fã, mas sim como um crítico musical que sou e amante da boa cultura pop. Tudo isso foi dito para que eu chegasse nas canções Brick by boring brick (Tijolo por tijolo) e Turn it Off (Desligar). Aqui, o disco vai diminuindo a pegada instrumental e aumentando a vibe letrista passando mensagens muito profundas e concretas. Não é atoa que a banda tem uma legião de fãs no mundo todo, no Brasil então, nem se fala.

The Only Exception (A Única Exceção) é minha favorita no disco.



Quando eu era jovem eu vi
Meu pai chorar e amaldiçoar o vento
Ele partiu seu próprio coração e eu assisti
Enquanto ele tentava o consertar
E a minha mãe jurou que ela
Nunca mais se deixaria esquecer
E foi nesse dia que eu prometi
Que eu nunca cantaria sobre amor se ele não existisse
Mas, querido, você é a única exceção
Você é a única exceção...

 
Esta é a primeira parte da música, que soa muito bem como um testemunho, composição magistral da Hayley Willians e Josh Farro. Mais a frente encontramos Feeling Sorry (Sentir Pena). Uma faixa aparentemente simplista, mas que tem suas particularidades e verdades bem elaboradas. Agora vemos a bateria mostrando um peso diferente, e o encontro super bacana das guitarras com o baixo. Looking Up (Melhorando) é uma faixa que lembra muito a fase do primeiro álbum da banda. Where the Lines Overlap continua a vibe da faixa anterior. Aah! e o que dizer de Misguided Ghosts (Fantasmas Perdidos) né? Música simplesmente linda. Tenho um sonho enorme de compor uma canção com essas características instrumental e letrista.

Eu sou apenas um daqueles fantasmas
Viajando incessantemente
Não preciso de estradas
Na verdade eles me seguem
E nós apenas vamos em círculos
 
Aqui já percebemos que o disco está caminhando para o fim, e deixando sua melancolia que esteve presente nas entrelinhas o álbum inteiro, se revelando. E para fechar o repertório de Brand New Eyes, aparece All I Wanted (Tudo o que eu queria). Que cara, pra ser sincero, é uma faixa gritantemente linda! É uma música que tem tudo a ver com o nosso 5 Graus de Miopia. Como Decode é uma faixa bônus, acho que não é necessário eu falar dela aqui, apesar de ser uma das faixas mais conhecidas da banda pelos fãs fiéis. Enfim, Brand New Eyes é um álbum muito bom analisado em todos os ângulos. E de antemão já peço que não se limite a esta simples análise. Procure ouvir o álbum muitas e muitas vezes, pois tenho certeza que ele tem muito mais a passar!
 
 
 
Avaliação Crítica
 
  • Letras: 9,5
  • Produção: 9,0
  • Projeto Gráfico: 8,75
  • Interpretação: 9,5



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